Os torcedores de Brasil e Pelotas podem nunca ter ouvido falar em Odacir Pereira da Silva, mas certamente conhecem Itaqui. Aos 35 anos, o agora ex-meia anunciou a aposentadoria dos gramados no fim de janeiro, após disputar quatro partidas pelo São Joseense, no Campeonato Paranaense. Itaqui marcou o nome no futebol pelotense ao atuar pela dupla Bra-Pel. Em 2017 e 2018 jogou pelo Xavante e em 2020, 2021 e 2022 no Lobo.

O ex-jogador contou ao Diário Popular que optou por se aposentar para administrar uma igreja em Caxias do Sul e focar na empresa que abriu para agenciar jogadores. No novo ramo, Itaqui também explica que pretende utilizar sua longa experiência no futebol para ajudar jovens atletas. “Não tem como olhar para trás, vinte e poucos anos no futebol, não tem como deixar trancado em um baú. [...] Já tenho negociações como o próprio Pedro Santos, que está hoje no Brasil. Foi um atleta que nós deslocamos até o Brasil. É um fruto da nossa empresa, a Itaqui Soccer Agency”, disse.

Passagem pela dupla Bra-Pel

Itaqui relembrou o período em que atuou no futebol pelotense. Para o ex-jogador, a passagem no Brasil foi mais marcante pelo fato de ter jogado a Série B do Campeonato Brasileiro e sido protagonista no vice-campeonato estadual de 2018.
“Não tem como não ser marcante. O Brasil se torna mais marcante pela identificação com a camisa, torcida, com os campeonatos de extrema exposição como o Gauchão, Série B, dois brasileiros onde tivemos uma boa performance e a final do Gauchão em 2018”, lembrou.

De acordo com o site oGol, Itaqui atuou em 64 partidas pelo Xavante, com seis gols marcados. No Estadual de 2018 anotou o gol da vitória contra o Internacional, no Bento Freitas. Pelo Pelotas, Itaqui lembrou que apesar de ser grato ao clube, lamentou não ter conseguido atingir os objetivos dentro de campo, principalmente de recolocar o Lobo na primeira divisão estadual, além de ter sofrido uma grave lesão, que o fez ficar quase um ano sem jogar.

“No Pelotas foi uma situação um pouco diferente. Cheguei na Série D e não tivemos muito êxito em meio à pandemia. Infelizmente tive uma lesão no joelho em 2021 no início do Gauchão. Depois voltei na Divisão de Acesso onde também não conseguimos o nosso tão desejado retorno para a Série A. Sou muito grato ao clube, apesar de todos os percalços que não tem como calcular ou prever, são questões de saúde”, comentou Itaqui.

Pelo Áureo-Cerúleo, ele disputou 36 partidas com oito gols marcados em três temporadas. No entanto, o ex-jogador lamentou que o seu período na Boca do Lobo não tenha sido vitorioso. “A gente como profissional jamais vai dizer que foi com êxito a passagem pelo Pelotas. Você tem que cumprir metas, eu sempre levei isso para minha vida, então logicamente não dá para tratar como êxito por não ter conseguido as metas. Porém não dá dizer que não foi uma passagem boa. Fiquei muito feliz de estar representando a dupla Bra-Pel”, complementou.

Carreira e família Itaqui no futebol

Revelado nas categorias de base do Grêmio, Itaqui atuou profissionalmente no próprio Tricolor no começo da carreira, mas depois rodou o Brasil. Além da dupla Bra-Pel, ele também jogou na dupla Ca-Ju. No interior gaúcho ainda passou por Novo Hamburgo, Veranópolis e Passo Fundo. Em outros estados jogou em times tradicionais como Paraná, Guarani deCampinas, Náutico e Criciúma.

Itaqui é tio de Gerethes Cleucir Souza da Silva, também chamado no futebol como Itaqui. O sobrinho tem 33 anos e está disputando o Gauchão pelo Novo Hamburgo. Ele também jogou no Pelotas.Outro nome conhecido da família é Jesus Cleiton Pereira da Silva, irmão do ex-jogador da dupla. Jesus tem 51 anos e no futebol também era chamado de Itaqui. Ele atuou por anos no Juventude e Grêmio.